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    Olá, amigos! Hoje a introdução será curta para não virar “textão”. Apenas uma pergunta: você estaria preparado para conquistar o êxito de uma tarefa que Deus repentinamente possa lhe confiar, mesmo em meio a um momento ruim, de incapacidade ou de desânimo? Bom, vou contar uma história.

    Nos anos 90, eu era um adolescente que tocava na missa das crianças da Paróquia de São Brás, em Madureira Rio de Janeiro. Na época, o Padre Jorge Luiz sempre levava artistas católicos para tocar lá. O primeiro que comecei a me atentar a este movimento foi o cantor Izaías. Meu pai sempre me levava para ver, sempre tentava me deixar perto dos músicos, sempre comprava os CDs, e eu ia aprendendo. Meu pai adorava uma música dele chamada Conquista, guardem esta informação.

    Os anos passaram e eu acabei tocando com o Izaías em vários momentos, sendo shows ou pregações. E meu pai também acabou fazendo amizade com ele. Anos depois, foi fundada a Comunidade Coração Novo, onde eu seguia tocando com ele. A lembrança que sempre tenho da época era meu pai colocando o CD Conquista, na música de mesmo nome, bem alta no nosso rádio onde morávamos.

    Décadas se passaram e a pandemia chegou. De Dezembro de 2020 a Janeiro de 2021, Deus me confiou a serenidade e a força para enfrentar meu maior desafio: ter minha família, sendo meus pais, minha irmã e eu, internados pela COVID-19. Meu pai não resistiu e faleceu no hospital. Em seguida, eu fui internado. Minha mãe, internada na noite de Natal, e minha irmã, também logo em seguida. Nesse momento, minha esposa, que foi uma guerreira, segurou a responsabilidade de cuidar de tudo. Saí do hospital e acompanhei minha irmã, que precisou ser entubada, e minha mãe, que saiu do hospital mas não resistiu em casa, indo para junto do meu pai. Alguns dias depois, minha irmã conseguiu ter alta e voltou para casa.

    Em um momento muito crítico, sensível, tentando entender o porquê desta avalanche em minha vida, Izaías tocou um projeto de 30 anos de vida ministerial dele, onde ele comemorou lançando 4 EPs. Eu estava no time de produtores e, na divisão das músicas, acabei produzindo a música Conquista. Em um primeiro momento, sem perceber, peguei a música porque gostava dela. Mas, depois, pensei: como eu farei para produzir a música preferida do meu pai, 2 meses depois da sua partida? Que sentimento... Era uma mistura de responsabilidade e medo de falhar. Mas, junto a isso, estava feliz com a oportunidade que Deus me deu. E o segredo foi converter a emoção em alegria por estar tendo uma oportunidade como esta, que nunca ouvi alguém ter na vida. Este processo, certamente, me ajudou a levantar.

    Esta é a única canção que eu produzi em um contexto híbrido de arranjo: Fiz com um arranjo dedicado ao que a música pedia, de fato, mas com elementos que, para mim, independente da mensagem real da música (e sim da importância dela para minha família), fazia uma “timeline” do momento que meus pais me incentivaram na vida musical até a partida deles. Fiz menções a Richard Clayderman (primeira música que minha mãe pediu para eu tirar de ouvido, quando eu devia ter uns 9 ou 10 anos), Roberto Carlos (já que minha mãe tinha a discografia dele em LPs, tirei grande parte de ouvido, em especial a melodia e os arranjos de cordas, quando tinha entre 10 e 13 anos), e, com isso, consegui ir me despedindo dos meus pais.

    Para a gravação, ao invés de priorizar a técnica, chamei amigos que, mesmo possuindo técnica, tiveram certa convivência com minha família: Fábio Campos e Wallace Rangel (2 amigos que conheciam meu pai, desde as missões em que ele me acompanhava até as idas e vindas para o aeroporto, onde, sendo taxista, nos levava), Mateus Vianna (o cuidado que eu via os pais dele terem quando ele era adolescente me fez lembrar os meus pais quando eu também era adolescente) e Marcelo Linhares (um irmão que Deus me deu, que sempre pegava corridas com meu pai e eram grandes amigos). E, claro, o Izaías, que já tinha criado um laço de amizade muito forte com toda a minha família.

    A cada evolução do arranjo, era uma lágrima de realização. A saudade que era convertida em obra, e que ficaria disponível, sem tempo definido, para que muitos pudessem ouvir. E eu fazia questão de ouvir cada versão do arranjo no táxi do meu pai, para ter a certeza de como ele, dirigindo, poderia ouvir e talvez gostar da produção do seu filho. “Conquistei”, nesta experiência, o meu ápice em produção. Já fiz muita coisa na vida: desde trilhas sonoras para filmes de longa metragem a shows com pessoas conhecidas. Mas esta experiência me edificou bastante. Aproveito e deixo o convite para ouvirem esta versão da música “Conquista”, no EP “Um Ministério para a Missão”.

    E, sem mais, porém feliz com a partilha desta minha história com vocês, eu termino com a pergunta feita lá no começo: você estaria preparado para conquistar o êxito de uma tarefa que Deus repentinamente possa lhe confiar, mesmo em meio a um momento ruim, de incapacidade ou de desânimo?

    Estejamos preparados! Um grande abraço para vocês e até o próximo tema.

    Fábio Cirino 
    Casado, pai de 2 meninas, tecladista há 30 anos, saxofonista há 24 anos e produtor musical há 20 anos (tendo sido um dos produtores musicais da JMJ 2013). Graduado em Tecnologia da Informação e pós graduado em Trilha Sonora. Está no cenário de evangelização católica há 18 anos com eventos realizados e vários fonogramas produzidos em nível nacional.

    www.fabiocirino.com.br
    contato@fabiocirino.com.br


     
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