
Grandes amigos! Tudo bem? Hoje eu separei um tema bem interessante para refletirmos, e acho que cabe uma abordagem mais técnica. Vamos falar de estilos musicais que trazem certa polêmica ao serem executados em um contexto cristão. Um bom tema, certo?
Acho que podemos iniciar o papo falando de música e o sentimento que ela pode gerar em um ouvinte, pensando de maneira generalizada. Este papo já foi comentado nos textos anteriores, mas, dessa vez, convém salientar os seguintes pontos: contexto histórico dos estilos propostos para execução, assimilação deste indivíduo (seja por conhecimento ou vivência), elementos técnicos deste estilo que afloram mais o contexto e, finalmente, o lugar em uma escuta (seja evento, seja fonográfica; seja em foreign ou background).
De um modo geral, a música é divina! Algo criado por Deus para que pudéssemos, em um “dialeto” particular, se comunicar até com ouvintes que não estudam música. E, durante toda a história, instrumentos musicais foram criados em épocas e locais diferentes. E aí inicia nossa reflexão. Sabemos que, por exemplo, uma castanhola é um instrumento típico de uma região, a gaita de fole seria de outra região, e, com isso, podemos concluir que, em uma produção musical, qualquer instrumento somado em sua música pode trazer história e cultura consigo. Não só os instrumentos seguem esta regra, mas também os estilos musicais: muitos vem de países que sequer são países cristãos. E aí nosso papo começa a ter mais sentido. Como saber se posso utilizar certos elementos, por exemplo, de um samba, onde sua origem não é de um continente majoritariamente cristão? Será que, utilizando o estilo, posso estar fazendo um movimento contrário do meu objetivo, que pode ser evangelizar?
Como disse, podemos utilizar tudo o que pode se chamar música, porém, temos que analisar como chega esta informação para o cliente. Ainda seguindo o samba como exemplo, um samba “cristão” pode ter um poder de evangelização alto, por alcançar, sendo um estilo que foge do usual, locais que a música católica usual não chega. Mas temos que nos atentar se determinada execução pode trazer certa nostalgia de uma fase da pessoa, ou que o ouvinte possa assimilar de uma forma não desejada (por conta do seu conhecimento ou sua vivência). Ainda assim, vejo saída: dependendo dos elementos escolhidos e a posição deles em uma mixagem (seja em evento ou em um fonograma), o estilo pode ser, sim, executado. Instrumentos que podem trazer mais incerteza podem ser colocados mais em background, por exemplo, dando segurança da mensagem e servindo de interface com o que o ouvinte geralmente aprecia como música fora da Igreja.
Temos um exemplo interessante: O New Age (estilo musical utilizado por um movimento religioso de mesmo estilo) possui muitos elementos que o Worship (estilo musical muito utilizado nas igrejas) utiliza. Camadas de pads, guitarras com delays muito presentes são alguns destes elementos. E, dependendo de como o Worship é executado, podemos trilhar para um caminho que diverge da nossa meta. Então, é importante nos atentarmos para estes casos. Mas podemos utilizar alguns destes elementos com o bom senso, buscando inovação. É a parte técnica buscando se atualizar, mas preocupada com as entrelinhas culturais que cada estilo musical pode carregar. Precisamos saber “acolher” estilos e instrumentos não “usuais” em nossa música, para enriquecimento da nossa música católica. Tema complexo, não é? Termos a consciência de que devemos ter cuidado ao executar já é um bom começo. Até a próxima!
Fábio Cirino
Casado, pai de 2 meninas, tecladista há 30 anos, saxofonista há 24 anos e produtor musical há 20 anos (tendo sido um dos produtores musicais da JMJ 2013). Graduado em Tecnologia da Informação e pós graduado em Trilha Sonora. Está no cenário de evangelização católica há 18 anos com eventos realizados e vários fonogramas produzidos em nível nacional.
www.fabiocirino.com.brcontato@fabiocirino.com.br
Tema complexo, não é? Termos a consciência de que devemos ter cuidado ao executar já é um bom começo. Até a próxima!
Fábio Cirino
Casado, pai de 2 meninas, tecladista há 30 anos, saxofonista há 24 anos e produtor musical há 20 anos (tendo sido um dos produtores musicais da JMJ 2013). Graduado em Tecnologia da Informação e pós graduado em Trilha Sonora. Está no cenário de evangelização católica há 18 anos com eventos realizados e vários fonogramas produzidos em nível nacional.
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