Depois de Viana, chegou agora a vez da Diocese de Caxito, de ter no seu seio, por 3 dias, a Cruz peregrina e o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani. Os símbolos vindos de longe chegaram a Angola no passado dia 08 de julho. E, com esta entrada na Diocese de Caxito, culminam assim, uma intensa peregrinação, em território angolano, depois de Luanda, Sumbe, Benguela, Huambo, Menongue, Cuito-Bié, Lubango e Viana.
As duas últimas dioceses do itinerário dos símbolos, Viana e Caxito, são sufragâneas da Arquidiocese de Luanda, de modo que, depois desta quarta-feira, dia 04 de agosto, os símbolos voltam ao ponto de início, a Arquidiocese de Luanda, a circunscrição eclesiástica que descende da antiga Diocese de Angola e Congo, aquela que foi a única diocese católica de Angola até 1940 e que, justamente a partir desse ano, em razão do seu tamanho e por motivos históricos, foi elevada a Arquidiocese de Luanda, a 4 de setembro.
Na capital angolana, a Cruz e Imagem de Maria, símbolos que representam e acompanham a Jornada Mundial de Juventude, vão cumprir o que resta do que está programado, em termos de vivência, para esta peregrinação em Angola, antes do regresso a Lisboa, Portugal, no dia 15 de agosto.
Na missa de entrega dos símbolos à Diocese de Caxito, celebrada na Sé Catedral de Viana, perante uma assembleia repleta maioritariamente de jovens, Dom Emílio Sumbelelo, Bispo de Viana fez uma abordagem exaustiva sobre a génese da Cruz da JMJ, fabricada em 1983, por ocasião do início do Ano da Redenção.
“Durante a celebração da abertura do Ano Santo, os jovens entraram com esta Cruz, na Basílica de São Pedro, tendo ali permanecido durante todo o jubileu. Foi colocada junto ao sepulcro de São Pedro, esteve presente nas celebrações, acompanhando os grupos de peregrinos que, naquela altura, visitavam o Vaticano. Entre eles não faltaram os jovens, representantes dos movimentos e comunidades, que juntos responderam ao pedido do Santo Padre. Foram esses jovens que pediram ao Papa que lhes entregasse esta Cruz, após o término das celebrações. O Santo Padre atendeu-lhes o pedido e, no Domingo da Ressurreição, em 22 de abril de 1984, o Papa entregou-lhes a Cruz”, recordou Dom Emílio Sumbelelo.
Esse acontecimento, diz o prelado, marcou o começo, não só da sua peregrinação pelo mundo, como também o anúncio da Jornada Mundial da Juventude, considerando que até hoje, a Cruz esteve em todos os continentes, tendo chegado, inclusivamente a países em situação de guerra ou em situação política de grande instabilidade.
“Os jovens levaram-na tanto aos santuários como também aos lugares de conflito, àqueles lugares que, diariamente, necessitam de testemunhos vivos de fé. Junto dela, o jovens rezaram no lugar dos atentados de 11 de setembro, em Nova Iorque; levaram-na ao Ruanda, que lutava com os efeitos da sangrenta guerra civil que culminou com um genocídio; visitou a sede das Nações Unidas, assim como andou por pequenas escolas, hospitais e cárceres e hoje, visita-nos, em Angola, e nesta nossa grande e movimentada cidade de Viana”, disse o prelado.
Fez igualmente uma detalhada catequese sobre o ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani, associado a uma das mais populares devoções marianas na Itália, que remonta ao Sec. VI, quando os habitantes de Roma sofriam por causa de uma peste.
Desejou aos jovens presentes na missa de envio dos símbolos a Caxito, que assumam Nossa Senhora, enquanto co-redentora, ao lado de Cristo, como modelo de aceitação e compromisso para com os propósitos de Deus na vida de cada um e na comunidade.
"Que ela vos possa engajar a todos a dizerem sim ao Senhor e ao dever de viverem a obediência na fé, a fim de vos tornardes construtores da esperança, perseverantes na caridade, sempre atentos à palavra de Deus. Que Nossa Senhora, a quem invocamos com o título de ‘Mamã Muxima’, aqui por estas nossas terras de Viana, seja a via maternal das vossas justas aspirações e belos sonhos, amém", concluiu, Dom Emílio Sumbelelo, o bispo de Viana.
Fonte: Lisboa 2023 // Alexandre Cose, da Coordenação do Escutismo CatólicoFoto: Lisboa 2023
