Angola despediu-se dos símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), nesta terça-feira, 17 de agosto, com um grande espetáculo gospel seguido de missa, celebrada por Dom Belmiro Chissengueti, bispo de Cabinda.
A missa do adeus à Cruz Peregrina e ao ícone de Nossa Senhora Salus Populi Romani marcou o ponto final de uma peregrinação que levou 40 dias e que permitiu aos jovens de Angola um contato privilegiado e uma vivência mais direta com os instrumentos que representam e acompanham a JMJ desde 1984 (no caso da Cruz) e 2000 (no caso do ícone mariano).
No dizer do bispo Belmiro Chissengueti, os símbolos trouxeram aos cristãos angolanos, intensos momentos de alegria.
O prelado que é o presidente da Comissão Episcopal para a Juventude, Vocações, Pastoral Universitária e Escutismo da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST), aproveitou para lançar as bases da organização da caravana angolana à JMJ Lisboa 2023.
Chamando a atenção para os critérios a observar, Dom Belmiro Chissengueti revelou que Angola já inscreveu, até 31 de julho, mais de 600 interessados. Sem indicar uma data precisa, o prelado disse que uma segunda e última inscrição preparatória vai começar em breve.
Por uma questão de organização, a nível de Angola, as candidaturas à participação na JMJ Lisboa 2023 estão centradas no Secretariado Nacional da Juventude da CEAST e na Coordenação Nacional dos Escuteiros Católicos, pelo que todos os que vão como delegação angolana, deverão inscrever-se nesses dois serviços.
Apelou, por isso, aos grupos de angolanos que se estão a inscrever em paralelo, a se juntarem às estruturas criadas a nível da Conferência Episcopal angolana, uma vez que, como disse, de acordo com o que está acertado com a Embaixada de Portugal em Angola, apenas será dada atenção, para emissão de vistos, à lista que for remetida pela CEAST.
Como referiu o prelado, isto “visa salvaguardar a transparência na gestão das contribuições, pois, em muitas ocasiões, muitos contribuíram para determinados serviços de que não usufruíram e depois fizeram recurso aos bispos e sacerdotes que não sabiam onde se tinham inscrito. Por isso, a participação, desta vez, será centralizada.”
Aproveitou para pedir ao embaixador de Portugal, Pedro Pessoa e Costa, presente na missa de envio, para que não autorize nenhum visto para a JMJ, cujo pedido não tenha vindo da CEAST. “É de maneira organizada que nós queremos participar”, disse o prelado.
A missa de envio contou com a presença no altar, como concelebrante, do bispo de Caxito, Dom Maurício Camuto, cuja diocese foi a última etapa da peregrinação, em Angola, dos símbolos da JMJ, depois de Luanda, Sumbe, Benguela, Huambo, Menongue, Cuito-Bié, Lubango e Viana, isto para além de uma passagem pelo Seminário Maior de Luanda.
Antes da missa de envio, foi realizado no Campo da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima, na cidade de Luanda, um espetáculo de música gospel em cerca de 3 horas, e que teve como figura de cartaz o músico angolano Miguel Buila.
Tradicionalmente, nos meses que antecedem cada JMJ, “os símbolos partem em peregrinação para serem anunciadores do Evangelho e acompanharem os jovens, de forma especial, nas realidades em que vivem”, acrescenta uma nota sobre a iniciativa.
Com 3,8 metros de altura, a Cruz peregrina, construída a propósito do Ano Santo, em 1983, foi confiada por João Paulo II aos jovens no Domingo de Ramos do ano seguinte, para que fosse levada por todo o mundo. Desde aí, a Cruz peregrina, feita em madeira, iniciou uma peregrinação que já a levou a mais de 90 países.
A Jornada Mundial da Juventude Lisboa 2023, para a qual são esperados mais de um milhão de jovens de todo o mundo, decorrerá nos terrenos da margem do rio Tejo, ao norte do Parque das Nações, e deverá ser encerrada pelo Papa.
Inicialmente prevista para o verão de 2022, a iniciativa foi adiada um ano, devido à pandemia de Covid-19.
Fonte: Alexandre Cose, Coordenação do Escutismo Católico // Lisboa2023.org
Foto: Lisboa2023.org