
O que falta?
Olá, meus amigos. Para o texto a seguir, pensei bem no tema e resolvi lançar uma “provocação”. Creio que muitos irão concordar que, para a grande maioria, os eventos retornariam com força após a pandemia. De fato, voltaram, mas não com a força prevista. Com isso, temos a seguinte pergunta: o que falta?
Quando eu era um adolescente músico, integrante do ministério da minha paróquia, era nítida uma maior movimentação no cenário católico em relação a eventos. Com o passar dos anos e com as evoluções do meio, o cenário foi se organizando, se profissionalizando, estando mais preparado e exigente, visando melhorar o nível da qualidade e da experiência dos fiéis com os eventos em geral. Creio que um dos pontos é que a demanda existe, mas talvez não esteja com seu modelo atualizado. Antigamente já era difícil competir em qualidade com eventos seculares. Hoje o cenário está cada vez mais distante. É fato que um evento com qualidade atrai o público, mas o que vejo é uma inércia na busca de melhorias, um desânimo por se tratar de um mercado difícil. Existe a necessidade de evangelizar, mas não existe a predisposição em profissionalizar. Há muitos que seguem a retórica do “...onde dois ou mais estiverem reunidos...” para justificar a falta de público. Há também os que realizam o evento em data próxima a um outro evento, este mais “badalado”, e usa este ponto para justificar o baixo quórum. E existe uma grande parte que sequer busca realizar, por conta das experiências de outros eventos com a baixa quantidade de ingressos vendida, ou cedida. O que falta?
Muitos investem em eventos menores, pois darão menos trabalho e, com isso, menos dor de cabeça. Para não dar trabalho, contam com a venda de bilheteria para custear todo o evento, onde se vê na arrecadação de recursos prévia, mesmo sendo o caminho mais seguro, algo a ser evitado por se tornar “mais uma coisa para se preocupar”. Sempre digo que nosso meio carece de produção cultural para viabilização de recursos. O que falta?
Outro ponto é o não interesse de quem realiza o evento em buscar melhorias neste propósito, muitas das vezes por se tratar de um trabalho voluntário, e não estar vinculado ao perfil profissional da pessoa. Infelizmente, a nossa Igreja tem um pouco disso: não cobrar excelência por se tratar de um trabalho não remunerado. Mas essa cobrança é algo que soma, não que divide. E entendemos que, de maneira universal, o comportamento do ser humano tem sido, generalizadamente, o que evita sobrecarga e busca a zona de conforto. Onde antes tínhamos o descanso merecido após um árduo trabalho de evangelização, temos hoje um questionamento quanto ao merecimento de um descanso, uma vez que a pessoa possui o livre arbítrio em suas decisões de vida. Por que eu deveria almejar a sensação de dever cumprido descansando, se eu posso descansar sem nenhum dever, sem cumprir nada? O que falta?
Aproveitando a chegada do Natal, lembramos da lição dada quanto ao nascimento de Jesus. Foi num estábulo, um local onde todos poderiam ver o Salvador, onde os exaltados se humilhariam para contemplar o nascimento d´Ele. Na manjedoura estaria o atrativo para que todos pudessem ter um contato com Ele. Em contrapartida, o outro cenário seria o de buscar evolução dos seus dons para que pudéssemos louvar e agradecer da melhor forma possível. Em ambos os cenários, onde está a estrela-guia para atrair as pessoas ao estábulo, ou onde está a sede de buscar melhoria técnica para que os eventos aconteçam de maneira atrativa? O que falta?
Os tempos são outros, mas a vontade de servir, de evoluir e de evangelizar não podem deixar de existir. Precisamos encorajar os produtores de eventos que estão desanimados. Eles são os responsáveis para que a nossa música católica ultrapasse fronteiras e evangelize cada vez mais. Um abraço e até o próximo texto!
Fábio Cirino Casado, pai de 2 meninas, tecladista há 30 anos, saxofonista há 24 anos e produtor musical há 20 anos (tendo sido um dos produtores musicais da JMJ 2013). Graduado em Tecnologia da Informação e pós graduado em Trilha Sonora. Está no cenário de evangelização católica há 18 anos com eventos realizados e vários fonogramas produzidos em nível nacional.
contato@fabiocirino.com.br
O que falta?
Fábio Cirino
Casado, pai de 2 meninas, tecladista há 30 anos, saxofonista há 24 anos e produtor musical há 20 anos (tendo sido um dos produtores musicais da JMJ 2013). Graduado em Tecnologia da Informação e pós graduado em Trilha Sonora. Está no cenário de evangelização católica há 18 anos com eventos realizados e vários fonogramas produzidos em nível nacional.
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